
Diocese de Sobral - Paróquia de Forquilha/Ceará
“Por nós homens e para a nossa salvação, desceu dos céus”.

É assim que rezamos na nossa profissão de fé. Precisamos meditar sem cessar sobre o significado profundo desta verdade tão sublime. Creio que, mais do que em qualquer outro momento, o Natal é a ocasião mais oportuna para refletirmos com seriedade sobre a vinda do Filho de Deus no nosso meio. Ele vem, não fica distante e nem se contenta somente em ser procurado, mas Ele mesmo toma a iniciativa de vir ao nosso encontro.
Mas, e nós, como O acolhemos? São Lucas, ao narrar o episódio do nascimento do Salvador, nos diz que Maria e José tiveram que se dirigir a uma estrebaria porque não havia lugar para eles na hospedaria (Lc 2,7). Não há como não nos sensibilizarmos profundamente quando refletimos com seriedade sobre esta passagem do evangelho. Inevitavelmente se põe a questão de saber como reagiríamos nós, se Maria e José batessem hoje à nossa porta. Será que haveria lugar para eles? São João, como é próprio do seu estilo, aprofundou sua reflexão a esse respeito e tocou a essência do problema: “Veio para o que era Seu, e os Seus não O acolheram” (Jo 1, 11). Tratando desta questão, o Papa Bento XVI, com a lucidez de sempre, nos ajuda a aprofundar a reflexão:
“Temos verdadeiramente lugar para Deus, quando Ele tenta entrar em nós? Temos tempo e espaço para Ele? Porventura não é ao próprio Deus que rejeitamos? Isto começa pelo fato de não termos tempo para Deus. Quanto mais rapidamente nos podemos mover, quanto mais eficazes se tornam os meios que nos fazem poupar tempo, tanto menos tempo temos disponível. E Deus? O que diz respeito a Ele nunca parece ser uma questão urgente. O nosso tempo já está completamente preenchido ... E também nos nossos sentimentos e vontade não há espaço para Ele. Queremo-nos a nós mesmos, queremos as coisas que se conseguem tocar, a felicidade que se pode experimentar, o sucesso dos nossos projetos pessoais e das nossas intenções. Estamos completamente «cheios» de nós mesmos, de tal modo que não resta qualquer espaço para Deus”.
Queridos irmãos e irmãs, estando novamente às vésperas da celebração do Natal do Senhor, devemos, por uma questão de honestidade, fazer essa reflexão e tentar descobrir como estamos em relação à Sua chegada na nossa vida. Aprendamos, pois, a nos familiarizar com Ele e a reconhecê-Lo presente no nosso meio: Tu, Senhor, aqui! Essa é a graça que faz toda a diferença na vida de uma pessoa.
Feliz Natal!
Pe Agnaldo